Warbreaker – Brandon Sanderson

 

Livro ainda não foi lançado no Brasil, mas ouvi dizer que a Editora Leya vai publicar ainda esse ano (Torcendo horrores).

Um livro que eu li de forma totalmente inédita: Como o Brandon Sanderson disponibilizou em seu site as anotações, capítulo a capítulo, sobre o livro, eu li junto com as anotações dele, e foi como se eu lesse ao lado do autor, com ele me explicando porque escreveu assim ou assado, e isso enriqueceu a leitura de forma tão incrível que esse acabou se tornando um livro especial.

Esse também foi o primeiro livro que um dos meus personagens preferidos, é uma espada.

Warbreaker conta a história de um reino que, após a guerra, se dividiu em dois reinos que viraram antagônicos, cada um com suas crenças e preconceitos contra o outro – Idris e Hallandren.

Conta a história de um povo que faz de tudo ao seu alcance para fazer dois reinos declarem guerra um contra o outro.

Conta a história de Vivenna e Siri, duas irmãs com criações totalmente diferentes: uma criada e educada para casar com o Deus-Rei de Hallandren. Outra criada sem propósito definido, livre de pensamentos e comportamento. Quando chega o momento de mandar a filha mais velha, educada e criada para isso, o pai muda de ideia e resolve mandar a filha mais nova, despreparada e ingênua, para casar com o Deus-Rei.

Warbreaker conta a história de um homem, que por conta de seu ato heroico ao morrer, renasce como Deus. Um homem que se recusava terminantemente a aceitar sua condição de deus e de herói.

Conta a história de um herói imortal, que queria se redimir dos erros do passado ajudando o mundo a não entrar em guerra.

Warbreaker, como todos os livros do Sanderson, tem um sistema de magia super legal baseado em cores e breaths. Acho que a coisa mais legal desse sistema de magia, é que ele era meio que acessível a todo mundo, você não precisava nascer com eles, ele podia ser passado a você por outro. A democratização dos poderes mágicos, rs.

Acho que o mais legal desse livro, é como ele trata a intolerância. Falamos tanto de intolerância hoje em dia né? Falamos tanto sobre os pré julgamentos. Acho que na verdade nós julgamos o outro muito rápido. Não sei se isso é certo ou errado, julgar faz parte, ou isso que eu estou fazendo agora, recomendando um livro, não é “julgá-lo” como um livro que vale a pena ser lido? Não acho que em matéria de julgar, tenha certo e errado, talvez seja certo ou errado de acordo com nossa cultura. Mas o fato é que somos muito julgadores, especialmente com culturas, religiões e modos de vida que não são os nossos. Em religião o julgamento é gritante, a bem da verdade.

Uma passagem que exemplifica bem o que eu estou dizendo é quando a Vivenna e o Vasher estão conversando, depois de voltar da mansão de um sacerdote e a Vivenna comenta: “Eu gostaria de não ter visto aquela luxuosa mansão. Não melhora minha opinião sobre os sacerdotes de Hallandren” e Vasher responde: “O pai de Nanrova era um dos comerciantes mais ricos da cidade. O filho se dedicou a servir aos deuses por gratidão por suas bênçãos. Ele não aceita pagamento por seu serviço. Sacerdotes são sempre fáceis de culpar. Eles são bodes expiatórios convenientes – afinal, qualquer um com uma fé forte diferente da sua deve ser um fanático maluco ou um manipulador mentiroso”

Gosto do jeito como o Sanderson trata religião em seus livros, gosto especialmente desse, porque mostra pontos de vista bem diferentes dos outros livros dele.

Em Warbreaker, eu gostei especialmente das reviravoltas. O bonzinho que não era bom, o vilão que era o herói, os sacerdotes que tomavam suas crenças tão ao pé da letra que mais pareciam vilões. A princesa pobre de espirito, o carinhoso que era manipulador e o bruto que tinha um coração gigante. Ninguém é o que parece ser, e nada fica forçado demais. É uma ótima leitura.

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